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sábado, 21 de janeiro de 2012

Aquela poesia de meia página rasgada

Ei, preciso te contar!
Arranquei uma página do meu caderno
(que no final amassarei)
Insatisfeito

Como uma malévola aura que se aproxima
destruí com muito prazer tudo que disse
e ali escrevi em algumas belas estrofes

Por meia página rasgada na diagonal
meu velho caderno de linhas azuis-claras desbotadas
perde mais um pouco de sua existência

E eu o sacrifico a bel-prazer
pois tudo faz tanto sentido, e tenho muito pouco tempo
até que esqueça-me de todas essas palavras cortantes

Com a caneta esbóço e rabisco os traços de um sorriso
Mas não era bem isso que queria contar
(não controlo minha inspiração)
Começo falando sobre sorrisos e termino em desilusão

Queria mentir pra você com essa poesia
Dizer que a bela donzela ainda usa roupa campesina
e os vilões são sempre os vigaristas

Essa é a hora que me decido e jogo tudo fora!

Mas ao fazê-lo, ainda brinco de ilusão
Brinco que sou senhor das coisas, e meu senhor.
(isso tudo porquê amassei um papel)

Que papel?
por Santiago Muniz