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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Sinto costelas, garganta e desejo

Adoro perambular em minha mente
Retornando àonde era feliz
A barriga enche-se de ar
Respiração quase involuntária.

Pre-natal.

Sinto costelas, garganta e desejo.
O copo vazio me encara.

Qual era mesmo o último verso?
por Santi. 

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

@web

Branco nu

Preto

Banco

Éramos mil

@web
por Santi.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

O poema que está em minha cabeça só sai amanhã

Com tanto fervor e desgosto
A decepção corre meu corpo
- A raiva acalenta
O batimento acelerado me alegra
A vida presente em mim é de agosto

Vez de olhar para si
Entender como metaforizar o insustentável
Deixar os pelos se arrepiarem
O batimento novamente acelerar
- Para não socar

Tantas belas ideias são agora desgosto
Decepção com aqueles, frouxos

A flor que desbotava em minha mente já foi
BOMbacaceae
hoje só pode ser classificada
MALvaceace

O poema tão belo enrijeceu
A visão tão inovadora perdeu seu ar mítico e heroico
Adeus.
por Santi.

domingo, 5 de agosto de 2012

Quando ontem é hoje?

Deslindo o verbo
- Antemão,
Não sei o que aconteceu
Comigo, com nós, tu, vós
Vozes me dizem para não agir como gostaria
Elas, eles
Elos
Futuros desconexos, correto?

O labirinto é digno
O fruto é do paraíso
O som é regressivo
A colisão é inevitável

Escorre o sangue
Morre um pouco mais
Morre
Para não me ver
Para não sentir o verbo dilacerar
O labirinto de canais semicirculares
Mudo
Rumo
Desço
Pulo o muro que separa o cérebro do fundo do poço
Agilizo
Escuto as vozes que saem pelo outro lado
E vivo.

Are u comin'?
por Santiago Muniz

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Dreamland

A ilha de meus sonhos
é um fundo branco
é um lugar deslindo
sem preconceitos
A ilha de meus sonhos
é um vazio
é qualquer lugar
sem endereços
A ilha de meus sonhos
é um arrefecimento
é um fluxo
com mil sentimentos
A ilha de meus sonhos
é incolor
é livre
sem preenchimentos
A ilha de meus sonhos
é portátil
é capaz de entender meus
consentimentos
A ilha de meus sonhos
é deserto
é ilha
é selva
é papel
é vômito
pensamento

por Santiago Muniz

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Recordar é viver

Certo dia me recordei de um tombo de bicicleta
Eu, imprudente alucinado, metido a recordista
Por pouco não entrei embaixo de um carro
Eis que fui recordando de outros tombos
Como quando já confiante tirei minhas rodinhas
e declarei-me capaz
- Esse foi o meu primeiro tombo de bicicleta
Lembrei do lugar do tombo e de coisas da época
E aí recordei do sabor de quero-mais que teve o primeiro beijo
Mas foi apenas verão. Sofri.
Em outras ocasiões - ultrarromântico - quis esfaquear a dor
"- Mas não com a faca de cozinha!"
- Medroso! Sim, graças ao fitoplâncton
O telefone tocou.
Saí, beijei, trepei.
Um, dois, três, quatro, cinco... mil
Errei
vivi vida bela, trágica e cômica
E hilariantemente  marquei o tom de uma risada diferente
no cérebro e algumas pessoas
Mas teve uma vez que cada beijo causava
uma revoada de pétalas de cerejeira
Mas não a-prendi
E como no início, o princípio do fim
se deu quando disse sim.
por Tiago Muniz

terça-feira, 5 de junho de 2012

would you like?

Sometimes i wonder
whether the blue or the green
Sometimes i wonder
whether not using shoes n' not even jeans

- Maybe a word, maybe a smile would fail my strategies!

(...)
As i awake and find a new dawn
Everything's falling

As i lay down and turn around
We keep smiling

- And just maybe a sign would change her strategies...

Dreaming on
Falling down
Moving on
Coming down

I'll try to find how to whistle to this humming bird who always comes around
How to live our lives without following a Queen
She
is
so
to
be

For a new dawn in her life
While I'll be the one who'll carry the winds
of following
just
be
just
see

the memmories
the remains
the understanding of the past
the future
the every each song we ever sang along

the present
the being
the tree
the spirit

the holy
and these winds

(that) shall ever last!
(just) will you?
Santiago Muniz

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Uáderréu

Uértugol
Nil daum breiquis
Pesti - peste!

Uáderréu
Nil san feideis
Filtiur - peste!

Fil márreadi
Fil má serpentini
Fil má






má uil
má dizai-uhrs

ai
ai ai
don nou uátchutchulze:
bicicreta ou lagoa azul
por Santiago Muniz

sábado, 21 de janeiro de 2012

Aquela poesia de meia página rasgada

Ei, preciso te contar!
Arranquei uma página do meu caderno
(que no final amassarei)
Insatisfeito

Como uma malévola aura que se aproxima
destruí com muito prazer tudo que disse
e ali escrevi em algumas belas estrofes

Por meia página rasgada na diagonal
meu velho caderno de linhas azuis-claras desbotadas
perde mais um pouco de sua existência

E eu o sacrifico a bel-prazer
pois tudo faz tanto sentido, e tenho muito pouco tempo
até que esqueça-me de todas essas palavras cortantes

Com a caneta esbóço e rabisco os traços de um sorriso
Mas não era bem isso que queria contar
(não controlo minha inspiração)
Começo falando sobre sorrisos e termino em desilusão

Queria mentir pra você com essa poesia
Dizer que a bela donzela ainda usa roupa campesina
e os vilões são sempre os vigaristas

Essa é a hora que me decido e jogo tudo fora!

Mas ao fazê-lo, ainda brinco de ilusão
Brinco que sou senhor das coisas, e meu senhor.
(isso tudo porquê amassei um papel)

Que papel?
por Santiago Muniz