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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

No auto da desenfreada madrugada

No auto da desenfreada madrugada
Escuto um grunhido
que ecoa nos escanteios das paredes
Olho para cima, mas o teto é o mesmo

Branco.

A palidez é o que sucede
Tenho a lembrança
E novamente escuto o barulho estranho
Com tonalidade familiar

Preto.

É ele! É o Corvo!
É o corvo quem me faz companhia
Este barulho é na verdade
Meu inconsciente

Fecho os olhos
E as mandalas aparecem

Viajo dentro de meus sonhos
só para me encontrar com ele
Aquele que tenho medo de achar
Mas tenho certeza que Edgar me fará companhia

por Santiago Muniz



quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Jornada Aflita

A energia se eleva
infla o ar egoísta
ao lidar em demasia

A mudança precisa ser
(d)escrita
e de hábito subliminar

O silêncio desafia

Acorda: outra pia
"sabor tuti-fruti ou pimenta?"

Pensa: hoje ou ontem?
- Meu celular?
- e minha carteira?
- que lugar é esse?

A beleza da escuridão
O silêncio da reflexão
o dia de amanhã...
hoje!
A conduta inspira e
a cidade pode brilhar
- momento certo
para uns feios és calados
que repousam num andar aflito

Coloca os pés no chão
sinta a terra em sua riqueza:
impretérita razão perfeita

Futuro do subjuntivo
imperativa a vontade
de conhecer qual seria o destino...
por Santiago Muniz

domingo, 30 de outubro de 2011

Poeta das notas curtas

Senso de poesia acalenta minha dor
Entre as paredes tão apertadas
Espremo os pingos de ré menor com sétima

Oitavo minha dor
Agora, embelezo com uma escala ascendente
(pra me tirar deste lugar)

Escuto a gravação das notas curtas
em que espremi minha dor
Ouço a melancolia e conforto o frio

Posso ser de novo poeta!
por Santiago Muniz

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Fonte: francionetraduzido.blogspot.com

Alemão: DIE WELT IST VEGAN! Wenn Du es willst.
Árabe: العالم نباتي اذا كنت تريده
Bósnio/Croata: SVIJET JE VEGANSKI! Ako to želite.
Catalão: EL MÓN ÉS VEGAN! Si vostè ho desitja.
Checo: SVĚT JE VEGANSKEJ! Když to chceš.
Chinês: 一个没有品的世界如果你想要那
Eslovaco: SVET JE VEGÁNSKY! Keď to chceš.
Espanhol: ¡EL MUNDO ES VEGANO! Si lo quieres.
Esperanto: LA MONDO ESTAS VEGANA! Se vi tiel volos.
Francês: LE MONDE EST VEGAN! Si vous le voulez.
Holandês: DE WERELD IS VEGANISTISCH! Als jij dat wilt.
Húngaro: A VILÁG VEGÁN! Ha akarod.
Italiano: IL MONDO È VEGAN! Se si desidera.
Japonês: 世界はビーガンへもしあなたがそ願えば。
Lituano: PASAULIS YRA VEGANIŠKAS! Jeigu tu to nori.
Sérvio: СВЕТ ЈЕ ВЕГАНСКИ! Ако то желите.
Sueco: VÄRLDEN ÄR VEGAN ! Om du vill det.
Turco: DÜNYA VEGANDIR! Eğer onu isterseniz.
Ucraniano: СВІТ Є ВЕГАНСЬКИМ! Якщо ти цього бажаєш.
Vietnamita: THẾ GIỚI THUẦN CHAY! Nếu bạn muốn.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Não (t)remo

Liberdade é correr pelos céus?
Ou sentir o vento na autoestrada?
Ou ainda, fazer o que quiser?

O desejo - é programado
A morte - inevitável
Não sou livre mas, vívido

A dominação é implícita
A evasão com atuação

Cela nossas mãos
Ata as razões

E o medo da morte já não existe

por Santiago Muniz

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Outros tempos



domingo, 26 de junho de 2011

La Cravate

e volta aquela sensação

do momento que aquela lágrima não escorreu


(prendi um ar que nunca mais saiu)


por diversas vezes tentei arrotar este mal

mas não saiu nem via oral ou lacrimal


uma úlcera nervosa

um colapso moderno

(sem razão)


por outras vezes tentei chorar este mal

mas o que era um suspiro não me incomodou mais


deixei pra lá

andei e fingi não ver

aquela situação


(a tormenta)


quis não existir

quis não lembrar

quis me transbordar

mas não o fiz


guardei aquele suspiro e suei frio

fechei meu peito e perdi a meada


quis não existir

quis transbordar

quis rir e chorar


confundi meu pensar

quis arrancar minha cabeça, me degolar

combinar outros olhos com outra gravata

quis mudar pra poder chorar

rir e sonhar


quis agir, saí

quis andar, corri

quis te beijar, fugi

quis mudar, comprei

quis comprar, sonhei

quis pensar, dormi

quis sair, te beijei

quis rir, arrotei

e enfim fui feliz

por Santiago Muniz

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Soldier's Poem

Throw it all away
lets lose ourselves
because there's no one left for us to blame
it's a shame we're all dying
and do you think you deserve your freedom?
how could you send us so far away from home
when you know damn well that this is wrong
I will still lay down my life for you
and do you think you deserve your freedom?
no I don't think you do
there's no justice in the world
there's no justice in the world and there never was


#writer/composer: Matthew Bellamy

domingo, 5 de junho de 2011

show

(eu)

em meu modo lisérgico

de compreender

e complexar

a mesma palavra

vejo outros

atos

sons

danças

que desfiguram




o jingado da gíria





mas hoje
de modo sarcástico


os (m)esmos atos


não se completam em abraços


teatros.


e nada mais


que a guerra de um com um

e não a de si com sol

traduz a energia necessária

que fomenta o ego faminto

e nada mais


nada mais de shows por hoje

nada mais de atenção.


por Santiago Muniz

#painting: "Alter Ego"- Stella Im Hultberg

quinta-feira, 2 de junho de 2011

pesares

como uma névoa
aurora boreal ou setentrional
ergue-se da unha de meus dedos do pé esquerdo
aquela sensação de impureza

mal-estar

por difusão simples
por mim facilitada
ergue-se um sentimento que arrepia os pelos de minha perna
e chega a dar um frio na espinha

mexo os ombros
afim de suportar o abalo
mas na verdade vem do coração
comprimido

busco um remédio

a cabeça pesa
parece explodir
o mundo fica preto e não me dou por mim
sem sentido

lembro d'outros tempos
recordo e penso
todas as cousas, pessoas e divertimentos
de que é feita a vida?

por Santiago Muniz

quinta-feira, 19 de maio de 2011

tudo é ao mesmo tempo, agora?

tudo ao mesmo tempo assusta
mas quando escassa
tremo
tenho ataques
sinto saudade

por Santiago Muniz

sábado, 23 de abril de 2011

Ontem (Hoje)

Hoje
ou ontem - nem sei que horas são
ou em qual dia perdi a razão

Hoje
ou ontem - não sei

Acordei sem dormir
e senti o gosto de caqui no
açaí
por Santiago Muniz

terça-feira, 19 de abril de 2011

(m)editação

me
edito
renovo
refresco
recomeço
transformo
mergulho
deslindo
liberto
mudo

o verso
por Santiago Muniz

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Em tal momento

esqueci
o som
do beijo
que soa
diferente
transgressão

deixei
andei
neguei
por Santiago Muniz

quarta-feira, 13 de abril de 2011

De um ser

Comecei a andar num belo dia

De olhos fechados - como de costume - andei pela ciclovia e nela perdi meus sentidos

Ao fechar os olhos enxerguei um lugar verde com cheiro de chuva molhada

Nesse plano em que me encontrava as dimensões nos horizontes não eram coincidentes

E então como um passo falho tropecei e caí sozinho apenas por que o meu horizonte não bateu com o dela


Segui e no demorado retorno - de olhos bem abertos - vi muitas coisas acontecerem

Raios cruzavam os céus e entre as nuvens jorrava energia rabiscada...

Foi nesse momento que vi uma nuvem me chamar

Ela tinha a forma de olhos como os meus

Mas havia um olhar místico e monalísico.


Tentava olhá-la mais intensamente, correndo olhos nos olhos

Mas a energia acima dissipada era tão intensa que fazia meus olhos enxergarem apenas o que esse plano tem

Segui sem conseguir levantar muito a cabeça

Na tentativa de enxergar mais olhei para cima, mas com irresponsabilidade, cego me tornei

E novamente olho o horizonte com meus sentidos ressabiados, gastos, maltratados.

por Santiago Muniz

segunda-feira, 4 de abril de 2011

As Revelações (I)

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Conversando só

Pra quê esperar?
Sento, cruzo a perna, descruzo, deito e reviro o pensamento
de alguém parado no tempo
Enquanto deixo o acalento que nina meu ressentimento
Em busca de novos prazeres; outros momentos
Que finjo não estar por dentro
Ao passo que meu descontínuo viver levita e orbita meu consentimento
A tudo que não é material, e faz refletir/pensar; assim entender/tentar
Mudar
Pra quê esperar?
"A solução para a Terra não cai do céu"
- Mudar!
O homem (...) "não precisa ser o Satã da Terra. Pode ser seu Anjo Bom"
Ele, eles, eu tú elas, nós!
Refletir/pensar; entender/tentar; mudar
Epifania/ação; aTUAção

Ouço uma voz chamar, é alguém que grita: "Santiago!"
Me desconecto de ti então, Aura da abstração
Guia minha ilusão e faz perceber que nada é real
Todas aquelas fontes de desejo trucidadas ao belo som de um metal
Hoje revelam seu dom artificial de lidar com problemas e poesias
Distintas e parecidas, afinal nada é real quando fecho meus olhos
vejo apenas um silêncio astronômico à espera de um ponto de luz
capaz de retirar todo potencial de vida ali presente
conectar, transferir e criar um novo mundo uníssono:
Big Bang!
Eis que fez-se a luz e abro meus olhos

por Santiago Muniz

domingo, 13 de março de 2011

Há cinco dias...

Pessoas variadas
Ditam palavras desencontradas
Minha vontade incadescente
Ilumina uma realidade estranha

Vidas trocadas em paixões afloradas
Amores 100 dores

É tudo parte de minha inspiração:
Recordações & Clarividência

- Há cinco dias...
sonho e entendo.

por Santiago Muniz
imagem: O Sono - Salvador Dali

quarta-feira, 9 de março de 2011

Eu e meus ouvidos

Meus ouvidos escutam alguns ruídos
São os barulhos de sirene, de carro e de avião
que passam como estrondo por meus tímpanos

Desejo não estar tão suscetível
Pois agora o chiado em meus ouvidos
Soam como uma lembrança que apita

Apita e marca a ferida que de novo... apita
Fazendo um turbilhão em minhas células
que vibram em plena sintonia

Mudam minhas ideias
E rejuvenescem minha matéria
por Santiago Muniz

terça-feira, 8 de março de 2011

Outra língua; outro dia


(Inglês)
não sei se falo
não sei se sou
não sei se calo
não sei se vou

outra metade
outro cisne

quarta parte
terça parte
metade!
por Santiago Muniz
imagem: "Diego Rivera: The cubist portrait"


domingo, 30 de janeiro de 2011

Opróbio de um galhardo

Por caminhares em tais vielas da cidade
Encontraras o que buscas
Por caminhares em tais companhias fora feliz
Intrépido em sua essência e descuidado da
matéria desacreditada:
o contágio

A pneumonia abate mais um artista
Opróbio de um galhardo

Não olhais! assim como aconselhou Bukowski
Porém temais assim como Álvares de Azevedo
E moldais tua efígie para cada dia
que te resta

Atormentado com a voz da noite
representada por medos, barulhos
ou simplesmente como um corvo
Altraz
Sigais

Pois ainda hás de sonhar;
então “sonha com paroxismo”
como disse Baudelaire

e espera a voz de Edgar Allan Poe
te dizeres
qual o som de um “Nunca Mais”
por Santiago Muniz

As Revelações (II)

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Parado no tempo

Ah, como é bom estar fora do tempo
Curtindo a individualidade imposta pelo destino
É só deixar rolar mais uma partida

Não há o que fazer!
Aprendo com certo egoísmo
Vendo as horas passar
A vida segue .zip .rar

É tempo pra recordar e repensar
Qual realidade há no que vou querer lembrar
por Santiago Muniz