era o seu corpo que deslisara sobre o meu com seu doce cheiro de pequeninos pêlos lourinhos
sobre o nosso tempo
Caros e caras leitoras,
Esta é a primeira vez que posto no blog um texto que dialoga com vocês sem a estrutura poética, portanto me sinto obrigado a explicar o porquê de tal façanha. Os que me conhecem pessoalmente sabem que além de escrever também faço melodias e músicas, mas não gosto de postál-las, afinal prefiro divulgar escritas aonde se dá pra escrever e música aonde se é de tocar, mas recentemente compus uma música entitulada “O Disconexo Fato-rei”, que para uma interpretação mais fiel é necessária uma breve explanação, sem mais delongas, quem quiser ouvir a música me procure e abaixo segue o texto que desvenda esta música dita "complicada".
Desvendando “O Disconexo Fato-rei”
Esta música, é uma abordagem experimental de um fato que faz sentido para o eu-lírico, e não necessariamente para os outros. O eu-lírico, montado em desconstrução “elege” então como seu ‘fato-rei’, um fato que tenha muita importância para ele (o curioso é que este é um fato-rei , ou seja, monárquico, e o eu-lírico ainda assim “acha” que o elegeu - descrente de qualquer forma de vida superior a sua).
Em busca de qual é o fato-rei que a vida lhe proporcionaria, o eu-lírico busca o auto-conhecimento e para o mesmo, ele tem que fazer as suas descobertas e análises por si só, por isso não posso contar ao eu-lírico qual o desfecho da vida que lhe dei naquela folha de caderno (motivo esse também para a música ter abordagem não-linear).
Outra leitura também prevista seria quanto à manipulação social e insensibilização dos homens ocidentais frente a várias questões, pois a alienação promovida por um contrato social faz com que estes homens não atinjam o conhecimento necessário para que descubram seus fato-reis, excluindo de maneira inferiorizante e preconceituosa aqueles que são inverso, ou melhor dizendo, involuídos por esta perspectiva (o egoísmo é sutilmente abordado com pinceladas de Romantismo Pós-Moderno).
Dúvidas? Perguntas?
Será que o eu-lírico descobrira qual o seu fato-rei?
E você? Já descobriu qual é o teu?
por Santiago Muniz
Lua que domina meu astral
Liberta-me um pouco de sua hegemonia
Permitindo meu caminhar com os pés no chão
Lua que tanto me inspiras
Iluminai o meu caminho devolta à casa
À casa qual me conforta
Mesmo em momentos como os tais
Posso lá me refugiar de sua luz
Que ilumina minha vida, mas também amedronta com primazia
Assusta, climatiza, aerifica, sintoniza
E aquele mesmo velho caminho que perseguia quando criança
(Que sabia toda a trajetória de olhos fechados)
Eras tu, em quem nunca havia reparado
De olhos abertos ou bem velados
Em belas e singelas mudanças
Assim como tuas fases (que tanto tento compreender)
Esperava já poder prever a clínica do luar que me abates
E que me deixa novamente com pneumonia
Mas,
Aqui estou, ainda que correndo riscos,
Desejando rever-te, pois sei que ainda habitas nosso céu
Mesmo que não possa ver, posso sentir
(Esta fase é nova pra mim)
Eis então que ponho-me à espera
Da lua que me guia
Da casa que me conforta
E da nossa fantasia
por Santiago Muniz