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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Bloco singular

Bloco,
Meu bloco
Anoto aqui com os meus botões
“tamborim, surdo e cuíca!”

Bloco,
Meu bloco

Boto, e escrevo
Mas quando você me olha no fundo dos olhos
O bloco me seduz
Pego a caneta e resolvo
Como seria
O estopim de ruídos
Sem musicalização

A música me mostra
Como seria

Um bloco de rua
Tentando enxergar,
Tendo paciência
Demonstro amar

Sou antiquado:
O moderno ato de amar
Não me faz compreender

Cheiro teu cheiro
Penso em te beijar
Sei que seria bom,
Mas prefiro me resguardar
Do amor moderno

Sou antiquado
Queria acreditar
No tempo que ainda temos

Digo estar mudado
Mas minhas palavras nada valem

Diga e
Conte-me o que quiser
Desvenliencio-me de tudo,
Lhe saúdo e reverencio

Tomo cuidado com suas carícias:
Sedução e resistência
Finjo não estar presente

Duvido de você
“Quanto tempo o tempo tem?”

Não posso resistir
Mas sigo assim
Pois meu coração está a
A amar uma Terceira Pessoa
Singular

Pessoa intensa
Que me faz sorrir

Posso tentar dizer
Mas nego meu amor e
Renego os fatos

Meu bloco é singular
Não o espero passar e
Não o sigo pulando

Meu bloco é singular
É um novo tempo
E duvido que possas
Se assemelhar
À estória
Da minha vida
À esse bloco
Que ainda vai se concentrar

por Santiago Muniz

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